quinta-feira, 3 de outubro de 2013

LUIS II DA BAVIERA

LUDWIG II 
Realizador: Luchino Visconti
Ano: 1972
Pais: Itália
Duração: 235 min

Ludwig, um épico deslumbrante sobre o lendário "rei louco" da Baviera, que entrou para a história por construir os castelos mais lindos da Europa, e como o mecenas do compositor Richard Wagner. No elenco, grandes interpretações de Helmut Berger e Romy Schneider, revivendo o papel de Sissi. 

Como se "O Leopardo" e "Morte em Veneza" não bastassem para imortalizá-lo, Visconti quis fazer um grande épico, um longo filme histórico onde pudesse exagerar no guarda-roupa, nos cenários, nos actores. O filme retrata o reinado de Luís II desde a coroação até ao suicídio do rei, um dia após ter sido deposto. Berger dá vida ao sonho e à loucura. Ao longo das quase 4 horas que o filme dura, vemos Ludwig transformar-se, vemo-lo esbanjar dinheiro nas óperas de Wagner, alhear-se dos assuntos de Estado e mergulhar nos megalómanos projectos para a construção dos seus famosos castelos.

Ludwig vive num sonho em permanência? Persegue ele uma verdade invisível? A loucura instala-se. Ludwig isola-se. Ei-lo em Neuschwanstein, onde as festas que são quase orgias! Ele é o rei. Se-lo-á até ao fim, porque não poderá existir para além disso. Quando Luitpold aceita ser príncipe-regente e Ludwig é deposto já pouco há a fazer. O destino é a morte.

A 13 de Junho de 1886 Ludwig afoga-se no lago Starnberg, perto de Munique, na companhia do seu psiquiatra. O filme foi também uma espécie de fim para Visconti. Pouco tempo após as filmagens de Ludwig terminarem sofreu um grave acidente vascular cerebral que o deixou parcialmente paralisado. O fim estava próximo. Ludwig foi para ele um filme doloroso. Como se quisesse o próprio Visconti entender o enigma desse rei invadido pela loucura e incompreendido por todos. Ludwig não poderia existir sem o trono. Ludwig existia para ser rei de um país inventado, nos seus castelos de sonho, preenchidos por música e poesia, por delírios e fantasias. Ludwig não era deste mundo e isso não é difícil de perceber.

Visceralmente misógino, Ludwig resistiu a todos os projectos de casamento que lhe foram apresentados, apenas aceitando o noivado com sua prima a princesa Sophie (Duquesa na Baviera) e irmã mais nova da imperatriz Elisabeth (Sissi), mulher de Francisco José. Os esponsais foram sucessivamente adiados, até que Ludwig decidiu cancelar o casamento pouco tempo antes da data prevista para a sua realização. Sendo homossexual mas também católico devoto, presume-se que na sua adolescência o rei se tenha satisfeito com o convívio (social) de jovens, especialmente das classes populares, só tendo passado a vias de facto numa idade já adulta.

nota: alguns excertos são  de Gonçalo Figueiredo Augusto. 

Sem comentários:

Enviar um comentário